Fotografia
O tempo mudou, chegou o Verão. Na verdade, tudo agora é mais luminoso, quente, intenso. Afinal, não é disso mesmo que se trata o Verão? Já agora, é preciso mudar a hora..
O tempo parou, naquele instante. Alguém nos tirou uma fotografia e nos mostrou a Polaroid. Para todos os outros, um simples retrato. Rapaz olhando para a rapariga e vice-versa. Dizem eles, talvez algo mais.
Para nós, um mundo se mostra ao mundo, num simples quadrado em papel de fotografia. O olhar dele conta uma história a ela, e não, não é um conto de fadas, que o mundo, fora da fotografia, é vil, maldoso, impiedoso. Mas ali são só os dois, sem mais ninguém. A história não tem um final feliz, simplesmente porque não tem fim. Continua e continuará sempre, até deixar de haver respiração. O avô que senta o neto de 4 anos ao colo e lhe explica o que é a felicidade, simplesmente pega na fotografia e mostra à criança. E o miúdo, quando conhecer a alma-gémea, certamente desejará que seja como aqueles dois. O olhar dela fala por si. Havendo alguém que saiba amar, é ela. Intensidade e carinho são os seus nomes do meio e tranquilidade é o apelido dela.
Agora a fotografia ganha vida e somos nós quem olha para o mundo lá fora, como se alguém tivesse carregado na pausa. Afinal, o tempo tinha parado naquele instante. A caixa de Pandora foi aberta quando me passaste o braço pela cintura e entrelaçamos os dedos no meio daquela multidão. A partir daí, sabíamos que mais tarde ou mais cedo, as coisas viriam ter a isto. E o que é isto? Isto, meus amigos, é o amor!